domingo, 27 de novembro de 2011

Rituais de Proteção Contra os Vampiros

Berve História das Conjurações e Exorcismos Para Expulsar os Vampiros



Os antigos nos deixaram vários tipos de orações para libertar as vítimas das influências diabólicas do vampiro que gradativamente assaltam seus instintos básicos transformando-as em seres manipuláveis de acordo com sua vontade. A força das palavras evocam a ajuda divina, inimiga da besta, que recua diante da energia que flui do sacerdote ou leigo que as profere. A maioria dessas conjurações são legados deixados por religiosos que perambulavam pela Europa assolada pela peste negra e as legiões demoníacas, que venciam a batalha contra a humanidade.
Nessa época as ciências médicas não eram suficientemente desenvolvidas e sua prática se misturava a fé religiosa. Além disso, os médicos eram poucos e concentravam-se na sua maioria nas cortes aristocráticas. Por isso os frades andarilhos quando se deparavam com um caso de vampirismo, utilizavam o único meio que conheciam para libertar a vítima da sua enfermidade: A evocação das energias que compõem as forças positivas e criativas da natureza. Comprovadamente esse procedimento afasta aquele que usa a noite para no corpo alheio perpetuar a sua maldita eternidade.

Esconjurações contra Vampiros

Seguem agora algumas dessas orações traduzidas do latim. Vale frisar que foram encontradas em antigos livros em distantes mosteiros da Europa. (As orações que não estiverem traduzidas do latim devem ser lidas na sua forma original para que consiga o efeito).

Primeira esconjuração:
"Eu, com a força do Pai, absolvo o corpo que padece de tão estranho mal. Sei que isso é coisa dos parceiros do demônio que sugam na noite o vital fluído da vida. Por isso te esconjuro, em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, eterno na sua glória. Volte as trevas, parceiro de lúcifer, pois nesse corpo só tem morada a verdade divina. Nós com a ajuda do Espírito Santo estamos em corrente para reconduzir essa alma, que hora padece, aos reinos da luz. Invoco com a ajuda divina, a força dos raios solares que inspiram a terra a criar o bom elemento para o nosso caminho. Venha Deus com seus auxilios por amor de misericórdia que tais homens e mulheres causadores destes males que sejam já tocados no coração para que não continuem com essa maldita vida!
Sejam comigo os anjos do Céu, principalmente S. Miguel, S. Gabriel, S. Rafael, e todos os santos e santas e anjos do Senhor, e os Apóstolos do Senhor, S. João Batista, S. Pedro, Santo André, S. Thiago, S. Matias, S. Lucas, S. Felipe, S. Marcos, S. Simão, S. Anastácio, Santo Agostinho e por todas as ordens dos santos Evangelistas, João, Lucas, Marcos, Mateus, e por obra e graça do Divino Espírito. Pelas setenta e duas línguas que estão repartidas pelo mundo e por esta absolvição e pela voz que deu quando chamou Lázaro do Sepulcro, por todas essas virtudes seja tornando tudo ao seu próprio ser que dantes tinha ou à sua própria saúde que gozava antes de ser arrebatado pelos demônios, pois eu, em nome do Todo Poderoso, mando que tudo cesse do seu desconcerto natural. Pelo nome de Deus Nosso Senhor Jesus Cristo e todas as coisas aqui nomeadas sejam desligadas a volúpia sanguinária dos companheiros do demônio, seja tudo destruído: que o mando eu da parte do Onipotente, para que já, sem apelação sejam desligados e se desligem todos os maus feitiços e ligamentos e toda má ventura por Cristo Senhor Nosso. Amém."
Segunda esconjuração:

"Esconjuro-vos, criaturas excomungadas, ou maus espíritos batizados se com laços maus, atentas o caminho desse espírito. Se tua força está em édolo celeste ou terrestre, seja tudo destruído da parte de Deus, pois todo o infernorium ou toda a linguagem eu confio em Jesus Cristo, nome deleitável! Assim com Jesus Cristo aparta e expulsa da terra o demônio e todas as suas influências assim por estes nomes de N. S. Jesus Cristo fujam todos os demônios, vampiros e todos os espíritos malignos em companhia de Satanás e de seus companheiros para as suas moradas, que são nos infernos e onde estarão perpetuamente se danando. Tudo que fizeste contra essa enferma criatura fica anulado, esconjurado, quebrado, e ajurado debaixo do poder da Santíssima Trindade e do Santíssimo Sacramento do Altar. Amém.
Com toda a santidade eu vos esconjuro e degredo de volta ao mundo dos mortos, vampiros malditos, espíritos malignos, rebeldes ao meu e vosso criador. Pois eu, vos ligo e torno a ligar e prendo e amarro às ondas do mar, e que vos levem para as areias do mar coalhado, onde não canta galinha nem galo, ou para o vosso destino, ou lugares que Deus Nosso Senhor Jesus Cristo, vós e seus companheiros infernais que bebem na noite a vida dos Filhos. Suas carcaças vão virar pó, e sua eternidade ficará reduzida às fronteiras dos infernos, onde reina o anjo traidor. Afastai, besta infecta e deixai que o sangue desse corpo pertencente ao Senhor purifique-se para que o espírito encontre a Glória de Jesus Cristo. Amém.”
Depois de proferida a esconjuração o sacerdote deve manter a seguinte conversação com a pessoa vitimada: "Queres que por ti?" O enfermo responde-lhe: "Sim quero". Em seguida deve se colocar de joelhos e gritar diante de um crucifixo: "Eu não sou Satanás, mas sim uma alma perdida; porém ainda tenho salvação!"

Terceira esconjuração:
"Eis a cruz do Senhor, fugi, fugi, ausentai-vos inimigos da natureza humana. Eu vos conjuro em nome de Jesus, Maria, José, Jesus de Nazaré Rei dos Judeus. Eis aqui a cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo. Fugi, partes inimigos, venceu o leão da Tribo de Judá e a raça de David. Aleluia, Aleluia, Aleluia, exaltado seja o Senhor, que com sua força e sua espada libertadora nos livre das ordas infernais que bebem nosso sangue para preservarem a eternidade dos demônios. Transformai essas bestas em pó para que na graça do Senhor possamos viver na sua Santa Paz. Te esconjuro negra criatura para que voltes a tua tumba e nela permaneça até os dias do Juízo Final. Deus dará a vida eterna somente aos justos, e os comparsas do demônio arderão eternamente. Por isso temam a cruz, e a força que representa para os Filhos do Senhor. Que a terra de onde vieram tão vis criaturas seja amaldiçoada e encerrada pela verdade divina. Dou fim a esta Santa Oração e darão fim às moléstias nesta casa pela bichação dos espíritos malígnos. Amém.”
Quarta Esconjuração
“Te esconjuro negra criatura para que voltes a tua tumba e nela permaneça até os dias do Juízo final. Deus dará a vida eterna somente aos justos, e os comparsas do demônio arderão eternamente. Por isso temam a cruz, e a força que representa para os Filhos do Senhor. Que a terra de onde vieram tão vis criaturas seja amaldiçoada e encerrada pela vontade divina.”
OBS. Esta esconjuração deve ser feita numa Sexta feira, à meia noite, com um crucifixo de prata apontado para a lua.
Exorcismo Latino
"Spiritus Dei ferebatur super aquas, et inspiravit in facien hominis spiraculus vitae. Sit Michael dux meus, et Sabtabiel servus meus in luce et per lucem. Fait verbum halitus meus; et imperabo spiritus aeris hujus, et refrenabo equos solis voluntate cordis meis, et cogitatione mentis mede et mutu oculi dextri. Exorciso igitur te, creatura aeris, per Pentagrammaton et in nomine Tetragrammaton, in quibus sunt voluntas firma et fides recta. Amen. Selah. Fiat."
Exorcismo contra vampiros
Este foi encontrado em livro muito antigo, escrito por Frei Bento do Rosário, religioso descalço da Ordem de Santo Agostinho.
"Em nome do Padre, do Filho e do Espírito Santo. Em nome de S. Bartolomeu, de Santo Agostinho, de S. Caetano, de S. André Avelino, eu te arrenego, anjo mau, que pretendes introduzir-te em mim e perverter-me. Pelo poder da cruz de Cristo, pelo poder de suas divinas chagas, eu te esconjuro maldito, para que não possas tentar a minha alma sossegada. Amém."
(Deve ser rezada três vezes acompanhada do sinal da cruz sobre o peito.)
A oração que se segue tem importância para algumas combinações cabalísticas capaz de libertar um enfermo atacado pelo vampirismo e também de outras peripécias dos parceiros do canhoto.
"Imortal, eterno, inefável e santo Pai de todas as coisas, que de carro rodante caminhas sem cessar por esses mundos que giram sempre na imensidade do espaço dominador dos vastos e imensos campos do éter; onde ergueste o teu poderoso trono, que desprende luz e luz, e de cima do qual teus tremendos olhos descobrem tudo e teus largos ouvidos tudo ouvem! Protege os filhos que amaste desde o nascimento dos séculos porque longa e eterna é a sua duração. Tua majestade resplandece acima do mundo e do céu das estrelas! Tu te elevas a ti mesmo pelo próprio resplendor, saindo da tua essência correntes inesgotáveis de luz, que alimentam teu espírito infinito! Este espírito infinito produz todas as coisas e constitui esse tesouro imorredouro de matéria que não pode faltar à geração que ela rodeia sempre pelas mil formas de que se acha cercado, e com a qual se revestiste e encheste deste o começo. Deste espírito tiram também sua origem esses santíssimos reis que se acham de pé ao redor do seu trono e que compõe sua corte, ó Pai universal! Ó único Pai dos bem aventurados mortais e imortais! Tu tens, em particular poderes que são maravilhosamente iguais ao teu eterno pensamento aos anjos, que anunciam ao mundo tuas vontades. Finalmente tu criastes mais uma terceira ordem de elementos. A nossa prática de todos os dias é saudar-Te e adorar tuas vontades. Ardemos em desejo de possuir-Te! Ó Pai! Mãe! Terna Mãe, a mais terna Mãe, a mais terna de todas as mães! Ó filho, o mais carinhoso dos filhos. Ó formas de todas as formas! Alma, espírito, harmonia, nomes e números de todas as coisas, conserva-nos e se nos propício. Amém."
Para Livrar uma casa das tentações dos vampiros:

"Eu vos conjuro, vampiro rebelde, habitante e arruinador desta casa, para que sem demora nem pretexto algum desapareçais daqui, dissolvendo todo malefício que vós ou vossos ajudantes tenhais feito; por mim, eu o dissolvo, contando com a ajuda de Deus e dos espíritos de Luz, Adonay e Jehovah. Eu vos ligo ao formal preceito de obediência a fim de que não possais permanecer nem voltar nem enviar outros para perturbar esta casa, sob pena de serdes queimado eternamente com fogo de pez e incenso derretido".

Em seguida, benze-se a casa com água benta fazendo cruzes em direção à paredes com uma faca de ponta, nova e de cabo branco, dizendo:
"Eu te exorciso, casa, para que sejas livre dos vampiros tentadores que aqui vierem morar". Amém.


Para Livrar uma casa das tentações dos vampiros:

"Eu vos conjuro, vampiro rebelde, habitante e arruinador desta casa, para que sem demora nem pretexto algum desapareçais daqui, dissolvendo todo malefício que vós ou vossos ajudantes tenhais feito; por mim, eu o dissolvo, contando com a ajuda de Deus e dos espíritos de Luz, Adonay e Jehovah. Eu vos ligo ao formal preceito de obediência a fim de que não possais permanecer nem voltar nem enviar outros para perturbar esta casa, sob pena de serdes queimado eternamente com fogo de pez e incenso derretido".

Em seguida, benze-se a casa com água benta fazendo cruzes em direção à paredes com uma faca de ponta, nova e de cabo branco, dizendo:
"Eu te exorciso, casa, para que sejas livre dos vampiros tentadores que aqui vierem morar". Amém.


Oração aos Quatro para afastar vampiros de sangue
"Caput mortuum imperet tibi Dominus per Adam lotchavah! Aquila errans, imperet tibi Dominus tetragrammaton per Angelum et leonem!

"Michael, Gabriel, Raphael, Anael!
"Pluat udor per spiritu Elohimm. Maneat Terra per Adam, Jatchivah. Fiat Jadictum per ignem in virtude Michael".
Vampiro dos olhos mortos, obedece ou somente com esta água santa!
Touro alado, trabalha ou volta à terra, se não queres que te aguilhoe com esta espada!
Águia acorrentada, obedece a este signo ou retira-te diante deste sopro!
Serpente móvel, arrasta-te a meus pés ao sê atormentada pelo fogo sagrado e evapora-te com os perfumes que queimo nele!
Que a água volte à água, que o fogo queime; que o ar circule; que a terra caia na terra pela virtude do pentagrama escrito no centro da cruz luminosa!... Amém.”
Ladainha Latina contra vampiros

Kyrie eleison.
Christie eleison.
Sancta Maria. Ora pro nobis.
Sancta Dei Genitrix. Ora pro nobis.
Sancta Virgo Virginum. Ora pro nobis.
Sancte Michael. Ora pro nobis.
Sancte Gabriel. Ora pro nobis.
Sancte Raphael. Ora pro nobis.
Omnes Sancti Angeli e Archangeli. Ora pro nobis.
Omnes Sancti Beatorum Spiritum Ordinis. Ora pro nobis.
Sancte Petre. Ora pro nobis.
Sancte Paule. Ora pro nobis.
Sancte Jacob. Ora pro nobis.
Sancte Joannes. Ora pro nobis.
Sancte Thomas. Ora pro nobis.
Sancte Philippe. Ora pro nobis.
Sancte Bartholomae. Ora pro nobis.
Sancte Simon. Ora pro nobis.
Sancte Thadeu. Ora pro nobis.
Sancte Mathie. Ora pro nobis.
Sancte Barnabé. Ora pro nobis.
Sancte Marce. Ora pro nobis.
Omnes Sancti Apostoli et Evangeliste. Ora pro nobis.
Omnes Sancti Discipulo Domini. Ora pro nobis.
Sancte Vicente. Ora pro nobis.
Sancte Laurente. Ora pro nobis.
Sancte Estephene. Ora pro nobis.
Sancte Fabiane e Sebastiane. Ora pro nobis.
Sancte Gervase et Protase. Ora pro nobis.
Omnes Sancti Martyres. Ora pro nobis.
Sancte Silvestre. Ora pro nobis.
Sancte Gregore. Ora pro nobis.
Sancte Ambrose. Ora pro nobis.
Sancte Agostino. Ora pro nobis.
Sancte Hieronyme. Ora pro nobis.
Sancte Nicolae. Ora pro nobis.
Sancte Martine. Ora pro nobis.
Sancte Bernarde. Ora pro nobis.
Omnes Sancti Pontifices et Confessores. Ora pro nobis.
Omnes Sancti Doctores. Ora pro nobis.
Sancte Benedicte. Ora pro nobis.
Omnes Sancti Monarchi et Eremitae. Ora pro nobis.
Omnes Sancti Sacerdotes et Levitae. Ora pro nobis.
Sancta Maria Madalena. Ora pro nobis.
Sancta Agatha. Ora pro nobis.
Sancta Lucia. Ora pro nobis.
Sancta Cecile. Ora pro nobis.
Sancta Catharina. Ora pro nobis.
Sancta Anastacia. Ora pro nobis.
Omnes Sancti Virgines et Vinduce. Ora pro nobis.
Omnes Sancti et Sancte Dei, Interdicedite. Ora pro nobis.
Proptius esto. Parce, Domine.
Ad omni pecat. Libera-nos.

 Oração para a Meia Noite
“Ó Anjo da minha guarda,
Nesta hora de terror,
Me livre das más visões.
Do vampiro aterrador.
Deus me ponha a alma em guarda.
Dos perigos da tentação,
De mim aparte os maus sonhos.
E opressões do coração.
Ó anjo da minha guarda,
Que me preserve dos vampiros,
Por mim pede à Virgem Mãe,
Enquanto for vivo: Amém.”

Para se Livrar dos Vampiros que nos Atormentam durante o sono

À meia-noite em ponto duma Terça-feira, parai diante duma igreja, daí três pancadas com os nós dos dedos à porta principal, e dizei em voz clara, porém não muito alta:
"Almas do Purgatório! Em nome de Deus e da Santíssima Trindade, vinde comigo!"
Daí três voltas em torna da igreja, mas tomai cuidado em não olhares para trás. Dadas as três voltas, rezai um padre-nosso e uma ave-maria diante da porta principal e retirai-vos.
Fazei isto nove treças-feira seguidas, e na última as almas perguntarão:
 "Que desejai que vos façamos?"
Pedireis então que os vampiros e os morcegos que te atormentam à noite desapareçam. Não deveis mostrar medo em nenhum momento da cerimônia, e também não deveis olhar para trás, como fica recomendado acima.

Para livrar alguém da perseguições dos Vampiros

Os que se crêem perseguidos por vampiros devem pintar numa tela esses vampiros, ou desenha-los num papel. Uma vez pintados ou desenhados, os vampiros ficam presos, e deixam de importunar os seres humanos. Quem tiver habilidade para pintar ou desenhar deve aproveitar essa habilidade para livrar-se dos vampiros que sugam o nosso sangue durante à noite.


Para que os Vampiros não nos incomodem

Se sois perseguidos pelos vampiros, deveis limpar a cabeça de todo mau pensamento. Não penseis mal de ninguém; não faleis mal de ninguém, nem mesmo de vossos inimigos. Quando vos lembrardes de um morto, rezai três ave-marias. Não mostreis inquietação, porque bem pode ser que os vampiros não sejam realmente maus, ou então que desejam, e se não disserem, mandai-os com bons modos que vão para o lugar donde vieram. Eles irão, porque nada podem fazer com os vivos, exceto se estes se deixarem dominar por eles. Rezai um padre-nosso e uma ave-maria e atirai um pouco de incenso ao braseiro segurando na mão esquerda uma cruz de prata.
Outro processo consiste no seguinte: nos dias ímpares, rezai três ave-marias, e enquanto estiverdes rezando cravai um punhal de prata na cabeça de um alho.


O CREDO DOS VAMPIROS



Eu sou um Vampiro.
Eu adoro o meu ego e eu adoro minha vida, pois sou o único Deus que existe.
Eu tenho orgulho de ser um animal predador e eu honro meus instintos animais.
Eu exalto minha mente racional e não acredito que isso seja um desafio da razão.
Eu reconheço a diferença entre o mundo real e a fantasia.
Eu reconheço o facto de que a sobrevivência é a lei mais forte.
Eu reconheço que os Poderes da Escuridão escondem leis naturais através das quais eu posso fazer minha magia.
Eu sei que minhas crenças no ritual são uma fantasia, mas a magia é real e eu respeito e reconheço os resultados da minha magia.
Eu percebo que não há céu como não há inferno e vejo a morte como destruidora da vida.
Portanto eu tirarei o máximo proveito da vida aqui e agora.
Eu sou um Vampiro.
Curve-se diante de mim.

A Missa do Vampiro


“O Vampiro, homem feito Deus,
bebe sangue alimento dos deuses.”

Aleister Crowley foi um mago extremamente poderoso e mal afamado; suas práticas bizarras e seu descaso para com os valores vitorianos (a hipocrisia reinante naquela época, como agora) condenaram-no ao hall dos malditos, mas ele está em boa companhia. Crowley vasculhou todos os rincões da alma humana, experienciou incontáveis caminhos iniciáticos, viajou e estudou nas mais diversas partes do mundo, como Índia, Egito, México e Rússia, só para citar alguns. Pesquisador do saber arcano, navegador dos confins da mente, criador de um sistema de magia que traz uma vasta gama de conhecimentos, das mais variadas culturas e povos, incluindo o Vampirismo.

Para saber mais sobre a magia de Aleister Crowley, sugiro a leitura de meu livro Rituais de Aleister Crowley, também pela Editora Madras. A missa da Fênix, a missa do Vampiro, é o mais lembrado de todos os rituais criados por ele para este tema, mas não é o único. Crowley estudou e praticou o Vampirismo, mas de uma forma extremamente sublime, praticamente incompreensível para o não iniciado. O sangue, como o sexo, é uma fonte incrível de poder, e a junção dos dois é o elixir rubro dos alquimistas, o sangue dos santos na taça de Nossa Senhora Babalon. A vida nasce do sangue, a junção do espermatozóide com o óvulo, ou seja, da energia prânica e das entranhas do próprio ser. Este ciclo é regado pela Lua de sangue, a menstruação; a Lua Nova, a face escura da Lua; Hécate, a bruxa e feiticeira, Lilith. O sangue é usado em rituais desde tempos imemoriais, fonte da vida, o fluxo que une mãe e filho. O melhor sangue é o da Lua mensal, de acordo com o Livro da Lei, o grimório de instruções mágicas da nova era.
Há um ritual da O.T.O. em que o sangue dos iniciados é transubstanciado dentro da taça de Nossa Senhora Babalon, “a mãe das abominações”. Nossa Senhora Babalon, em posse do sangue dos santos em sua taça, pode gerar incontáveis filhos, que são alimentados indirectamente pelo sangue dos santos.
Essas técnicas de uso energético de terceiros são chamadas de magia da Lua, em analogia ao fato de a Lua brilhar com a luz do Sol, e, em um plano simbólico, ao uso da energia prânica, sem falar, é claro, da associação natural da Lua com o feminino, a bruxaria, Lilith e correlates, não esquecendo a maternidade e o parto — todos esses tópicos da magia lunar são também do Vampirismo. Dessa forma, nesse rito, são unidos os símbolos do Pelicano e da Fênix. Na mitologia, o Pelicano alimenta suas crias com o sangue de seu peito, uma prova de seu amor abnegado. A Fênix é a ave mitológica que renasce das cinzas, renasce da morte.
O que tudo isso representa é muitíssimo vasto para ser tratado neste breve ensaio sobre Vampirismo, mas para termos uma pequena idéia de sua abrangência imaginemos o seguinte: todas as religiões tiveram seus mártires e santos — Cristo, Orfeu, Mansur el Hallaj, entre outros. Todos, de uma forma ou de outra, tiveram que se oferecer, em sacrifício em prol do que acreditavam, não necessariamente à morte violenta, comum a tantos, mas ao riso, à blasfémia, ao descrédito e às perseguições de toda a espécie. Sacrificaram suas vidas, seu sangue, para que novos pudessem vir, compartilhando de seu sangue, ou seja, suas crenças, seus herdeiros, seus filhos. A yoni é a taça onde todo o sangue deve ser vertido, ou seja, toda a força dos desejos, e depois disso só resta o vácuo. É necessário que o corpo, a persona, morra para que possa renascer na nova vida.
O bebé do abismo é gerado no ventre de Babalon (ou seja, Daa't, o ventre de Babalon, a mãe das abominações). O iniciado morre e renasce, como a Fénix. Para a mulher, é idêntico ao momento após o orgasmo, o fogo de pentecostes consumirá o universo. Sujeito e objecto são fundidos no fogo sêxtuplo do amor. Os egípcios entesouraram esse saber no livro dos mortos. Onde o morto se transubstanciava em Fénix, ele se lançava na matéria primordial como Khepra, remoçando, revivendo. Trazia em si a semente e as potências de todos os deuses.
A Fênix é destruída pelo Sol, mas das cinzas nasce um verme que se torna a Fênix, imortal. Ela é associada ao signo de Escorpião, que também tem como animais a serpente e o próprio escorpião, e a águia, o mais elevado e correlato da Fênix. Um signo ligado à morte e ao sexo, regendo no corpo humano os órgãos reprodutores. Crowley, dentro da Ordo Templi Orientis, tinha como nome mágico secreto Fênix, o que esclarece muito de suas intenções. A Bíblia também é útil na descoberta de elementos sobre a missa do Vampiro, especialmente Provérbios (30:14): “Há gente cujos dentes são espadas, e punhais suas mandíbulas, para devorar os humildes da terra, e os pobres do meio dos homens. A sanguessuga tem duas filhas: dá-me, dá-me”.
Essas passagens bíblicas são deveras interessantes, símbolos vampíricos interpolados. Sugiro que o leitor leia o original, se possível da edição de 1982 da Editora Vozes e Santuário. O meu exemplar foi presenteado por uma destacada personalidade eclesiástica que não convém ser revelada. A magia da Lua é empregada para criar elementais artificiais, os famosos familiares das bruxas, “filhos” astrais do mago, criados através de técnicas de magia sexual.

Em Líber Ágape, Crowley descreve aos iniciados do IXo da O.T.O., a ação de um Vampiro: “O Vampiro escolhe sua vítima com vigor e força, quando possível, com o desejo magicamente dirigido de sugar essa energia para si próprio, exaure sua presa com auxílio de seu corpo, notadamente pela boca”.
A missa da Fénix invoca a energia de Marte e Saturno, ambos considerados pela astrologia medieval como maléficos. Marte é o deus da guerra, da força, também associado ao sangue, e tem como animais o carneiro e o lobo, e a cor vermelha. Regente nocturno de Escorpião e diurno de Áries. A Sephira de Marte é Geburah, seu número é cinco.
Saturno é o antigo titã do tempo, compreensão, associado aos ossos, seus animais são a cabra, o corvo, cor negra. Regente de Capricórnio e Aquário, sendo que hoje em dia Aquário é atribuído a Urano, o planeta relacionado a Daat. Saturno e Marte estão no pilar esquerdo da Arvore da Vida, o pilar feminino da severidade. Para termos uma idéia da energia de Marte, compilamos uma parte de um texto Sagrado da A:. A:.

Líber Stellae Rubrae, um ritual secreto de Apep Aleister Crowley:

“Eu sou Apep, ó tu, sacrificado, tu deves sacrificar-te sobre meu altar: terei teu sangue para beber, pois eu sou um poderoso Vampiro, e minhas crianças beberam o vinho da terra que é sangue”.
O leitor acostumado à leitura convencional sobre vampirismo pode estar um tanto confuso, ou curioso, quiçá ambos, com o presente capítulo. O que lhe falo é que os arcanos secretos do Vampirismo sagrado são auspiciosos, e os nomes vampiro e vampirismo são meras designações.
O grande mar, que na verdade é de sangue, é a mãe desses seres inefáveis — os mestres do templo, senhores da compreensão.
O amigo leitor terá um leve vislumbre desse conhecimento; espero que isso seja um motivo para a sua busca.
Líber XLIV
A Missa da Fénix

O Mago, seu peito nu, conserva-se ante o altar no qual estão seu Cinzel, Incenso, Turíbulo e dois dos Bolos de Luz. No Sinal do Entrante ele alcança o Oeste através do Altar, e grita:

Salve Rá, que vais em Tua barca
Pelas cavernas das Trevas!
Ele faz o sinal do Silêncio, e pega o Sino, e o Fogo, em suas mãos.
Leste do Altar veja-me em pé
Com Luz e Músicka em minha mão!
Ele bate Onze vezes no Sino 333-55555-333 e coloca o Fogo no incenso.
Eu toco o Sino: eu acendo a Chama:
Pronuncio o Nome misterioso.
ABRAHADABRA.
Ele toca o sino Onze vezes.
Agora começo a orar: Vós, Criança,
Sacro e imaculado é vosso nome!
Vosso reino é vindo; Vossa vontade foi feita.
Aqui está o Pão; aqui está o Sangue.
Trazei-me através da meia-noite ao Sol!
Livrai-me do Bem e do Mal!
Que Vossa coroa de todos os Dez
Aqui e agora seja minha. Amém.
Ele coloca o primeiro Bolo no Fogo do Turíbulo.
Eu queimo este Bolo-Incenso, proclamo
Estas adorações de Vosso nome.
Ele as faz (as adorações) segundo Líber Legis, e novamente toca Onze vezes o Sino.
Com o Cinzel ele então faz sobre seu peito o sinal apropriado.
Observe meu peito que sangra
Marcado com o Sinal do Sacramento!
Ele coloca o segundo Bolo no ferimento.
Estanco o sangue; a hóstia com ele
Se embebe, e o Sumo Sacerdote invoca!
Ele come o segundo Bolo.
Este Pão eu como. Esta blasfêmia juro.
Enquanto me inflamo com oração:
Não há graça: não há culpa:
Esta é a Lei: Faze o que tu queres!
Ele toca Onze vezes o Sino, e grita
ABRAHADABRA.
Entrei com pesar; com alegria
Eu agora prossigo, e com acção de graças,
Para tomar meu prazer na terra
Entre as legiões dos vivos.
Ele prossegue.

Transcrevemos algumas explicações de Aleister Crowley sobre a missa da Fênix, elas foram publicadas originalmente no Book of Lies — capítulos 44 e 62, respectivamente.

 A missa da Fénix
Comentário
Este é o número especial de Hórus; é o sangue em hebraico, e a multiplicação do 4 pelo 11, o número de Magick (Magia), explica 4 em seu sentido mais sutil. Mas veja em particular as explicações em Equinox I, vii, das circunstâncias do equinócio dos deuses. A palavra “Fênix” pode ser tida como se incluísse em si a idéia de “Pelicano”, o pássaro que na fábula alimenta sua cria com sangue de seu próprio peito. As duas idéias, apesar de cognatas, não são idênticas, e “Fênix” é o símbolo mais acurado.
Este capítulo é explicado no Capítulo 62.
Seria impróprio comentar mais sobre um ritual que é aceito como oficial pela A:. A:.

62. Galho?
A Fênix tem um sino ao invés de som; fogo ao invés de visão; uma faca ao invés de toque; dois bolos, um para o paladar e outro para o olfacto. Ele se posiciona ante o altar do Universo no pôr-do-sol, quando a vida na Terra empalidece. Ele conjura o Universo, e o coroa com a luz mágicka, para substituir o Sol da luz natural. Ele ora para homenagear a Ra-Hoor-Khuit; a ele então sacrifica. O primeiro bolo, queimado, ilustra o proveito tomado pelo esquema de encarnação. O segundo, misturado com o sangue vital e comido, ilustra o uso da vida inferior para alimentar a vida superior. Ele então toma o sacramento e se torna livre — incondicionado —, o Absoluto. Queimando na chama de sua oração e novamente nascido — a Fênix!

Comentário
Este capítulo em si é um comentário do capítulo 44.
Nota: Galho? = Compreendeis?
Também a Fênix leva galhos para acender o fogo que a consume.
Segue na sequência tradução de excertos do livro The Tree of Life, de Israel Regardie, tratando dos tópicos pertinentes a este capítulo. A presente tradução foi feita por Edson Bini.
A Missa do Espírito Santo!
Assim é chamada esta técnica específica. E única em toda a magia, pois nela está compreendida quase toda forma conhecida de procedimento teúrgico. Ao mesmo tempo, é a quintessência e a síntese de todas elas. Entre outras coisas, diz respeito à magia dos talismãs. Por meio desse método, uma força espiritual viva é confinada numa substância teles mâtica específica.
Não se trata de telesmata morto ou inerte como acontece na costumeira evocação talismânica cerimonial, mas sim de imediato vibrante, dinâmico e contendo em germe e potencial a possibilidade de todo crescimento e desenvolvimento. De uma maneira muito especial, refere-se, ademais, à fórmula do Cálice Sagrado. Um cálice dourado de graça espiritual é utilizado, no qual a própria essência e sangue vital do teurgo têm de ser derramados para a redenção não de sua própria alma, mas de toda a espécie humana.
A eucaristia também está implícita e o cálice é usado como a taça da comunhão, cujo conteúdo santificado — taumatúrgico e iridescente, em suma o vinho sacramentai — tem de ser dedicado e consagrado ao serviço do Altíssimo. A oblação a ser consumida com o vinho eucarístico é, em função dessa interpretação, a essência secreta tanto do mago intoxicado quanto do supremo deus que ele invocou. Neste método está presente também em larga escala a técnica alquímica, visto que concerne majoritariamente à produção do ouro potável, a pedra filosofal e o elixir da vida que é Amrita, o rocio da imortalidade.
O leitor deve, acima de tudo, ter em mente a fórmula filosófica do Tetragrammaton, que é o métododesta missa. Isso demonstra a necessidade de uma familiarização prática com os princípios numéricos da Santa Cabala, pois quanto mais conhecimento se possui, classificado no sistema indicador da Arvore da Vida, mais sentido e significação se vinculam à fórmula de Tetragrammaton, Na elaboração do que foi dito acima, os seguintes princípios podem ser postulados. O Y do nome sagrado neste sistema é chamado de leão vermelho e a primeira H é a águia branca. Concebe-se que essas duas letras sejam as representações de dois princípios cósmicos, dois rios de sangue escarlate que brotam dos seios da sereia para dentro do mar, duas torrentes distintas e incessantes de vida, luz e amor que procedem eternamente da própria vida.
Nelas reside o poder de tocar e comungar, fazendo um novo do outro, sem nenhuma ruptura das fronteiras sutis das torrentes ou qualquer confusão de substância. Em sua natureza, são mutuamente complementares e opostas, e, no entanto, nelas está fundada a totalidade da existência. Todas as operações alquímicas, de acordo com as autoridades, requerem dois instrumentos principais: “um recipiente circular, cristalino, precisamente proporcional à qualidade de seu conteúdo “, ou cucúrbita, e “um forno teosófico selado cabalisticamente” ou athanor, O athanor é atribuído ao Y e a cucúrbita ê uma atribuição da H.
A fabricação do ouro alquímico, que é o rocio da imortalidade, consiste de uma operação peculiar que apresenta várias fases. Pelo estímulo do calor e do fogo espiritual para o athanor, deve haver uma transferência, uma ascensão da serpente daquele instrumento para dentro da cucúrbita, usada como uma retorta. O casamento alquímico ou a combinação das duas correntes de força na retorta produz de imediato a decomposição química da serpente no mênstruo do glúten, sendo este a parte do solve da fórmula alquímica geral do solve et coagula. Junto à decomposição da serpente e sua morte surge a resplendente Fênix que, como um talismã, deve ser carregada por meio de uma contínua invocação do princípio espiritual compatível com a operação em andamento. A conclusão da missa consiste ou no consumo dos elementos transubstanciados, que é a Amrita, ou no ungir e consagração de um talismã especial.
Nunca é demais enfatizar que se os elementos não forem consagrados correctamente, ou melhor, se a força invocada não se impingir ou ficar inseguramente confinada dentro dos elementos, toda a operação poderá ser anulada. E poderá facilmente degenerar às profundezas mais inferiores, resultando na criação de um horror qlifótico que passará a existir como um vampiro actuando sobre os não-naturalmente sensíveis e aqueles inclinados para a histeria e a obsessão. Se o elixir for adequadamente destilado, servindo como meio ao espírito invocado, então os céus serão franqueados, e os portais se voltarão para o teurgo, os tesouros da Terra serão colocados aos seus pés. “Se o descobrires, cala e o mantém sagrado. Não confia em ninguém, excepto em Deus”.
Conduzida dentro de um círculo adequadamente consagrado, após um perfeito banimento, seguida por uma poderosa conjuração da força divina e o assumir da forma divina apropriada, a cerimónia pode se revelar detentora de poder incomparável para franquear os portais dos céus. Utilizando-se apenas a taça e o bastão como armas elementares, em associação com o mantra ou a invocação rítmica especializada, é raro que a missa falhe ou não produza efeito. Essa união de duas armas mágicas diferentes, bastante divorciadas, como podem ter-se afigurado num primeiro momento, aumenta a potência de cada uma delas, já que combina numa operação única os melhores aspectos e as maiores vantagens de ambas.
Rituais Vampíricos


A Cruz Ansata é a Sandália do peregrino
que andou para alem da vida, e além da morte.
Os rituais aqui descritos têm o objectivo de fazer contacto com vampiros, em especial o arquétipo.
Encontrar o Vampiro real ou clássico já é algo mais complexo, sendo entendido que o ser que assim chamamos é um renascido da morte, um morto que voltou a viver e se alimenta, de uma forma ou de outra, dos vivos. Cremos que apesar das pesquisas teosóficas sobre o tema, quem “restituiu” a sacralidade ao Vampiro foi Aleister Crowley, e o leitor a esta altura já tem uma boa visão do porquê dessa afirmação.

Nos dias de hoje há um incrível interesse pelo vampiro, grande parte é especulação superficial, e delírios motivados pelos mais diversos motivos. Fantasiar é bom, desde que saibamos que fantasiamos — um excelente ajudante, mas um péssimo comandante para nossas vidas. O que temos de mais sério no culto ao vampiro, nos dias de hoje, deriva directa ou indirectamente do trabalho de Crowley e da corrente por ele vivificada. A esta altura alguns leitores devem estar indignados, e pensando: mas os movimentos vampíricos X, Y e Z não tem nada a ver com Crowley, ou seus ensinamentos datam de eras remotas; deixo a eles a indagação e observação históricas.
Veremos agora como era a interpretação ocultista antes de Crowley, e onde aparecem pela primeira vez esses arcanos secretos do vampirismo.
Aleister Crowley logo reconheceu o poder subjacente ao sangue e ao arquétipo do Vampiro, tanto em sua forma evolutiva quanto antievolutiva (Black Brothers). Suas descobertas mágicas, em especial o Livro da Lei, influenciaram inúmeras ordens mágicas, em especial a O.T.O., Ordo Templi Orientis, que estuda o saber Arcano nas suas mais diversas formas, inclusive na do Vampirismo.

A Sombra do Vampiro

O magista passará alguns dias passeando em um cemitério, preferencialmente meditando, entrando em níveis mentais mais sutis na própria necrópole. Lentamente, ele vai entrando no espírito do lugar, sentindo a morte, os corpos putrefatos, os espectros dos mortos, às vezes suas dores, angústias e alegrias de quando estavam vivos. Desse fervilhar infernal ele deve se tornar um observador; nem ser um membro desse festim, nem um antagonista.
Escutar a voz negra que brota de seu coração, a sombra, o seu demónio guardião — ele será o mestre desta operação. Essa comunhão infernal pode abrir as portas do limiar entre a vida e a morte. Cabe aqui uma análise, ou um conselho: este é um estágio da jornada, muitos podem querer fazer aqui sua morada, o que para mim é um erro. Obsessão, loucura e morte podem ser advindas pelo mau uso dessas energias; a fixação demasiada nelas é nociva.
O magista deve sempre testar qualquer ser que se apresentar. A forma fica ao seu bom senso, a tradição recomenda as correspondências da cabala. O método do qual faço uso baseia-se na cabala, mas acima de tudo na realidade física. As experiências mágicas mais verdadeiras sempre se fizeram acompanhar de manifestações físicas, as mais variadas, a que Jung chamou de sincronicidade.
Sua operação mágica deve causar mudanças sutis, mas palpáveis, sons, pessoas tendo sonhos com o que você fez, objectos ou símbolos que lhe surgem ou são destruídos, enfim, uma gama infinita. Mais uma vez o bom senso é a chave, pois chover é normal, mas dez minutos após você fazer um sigilo para chuva (em um dia de sol), é algo diferente. Isso foi feito por Austin Osman Spare, e com testemunhas.
Voltando aos preparativos do nosso ritual, este contacto com a sombra pode ser mais ou menos efectivo, mas uma coisa é certa: como o Sol está nos céus, ele estará presente na sua operação. Magia é ciência e arte, e todo magista terá um resultado único.

Iremos agora tratar do ritual em si.

Por dias, de preferência ao entardecer, o magista vagará em um cemitério, fazendo o que já foi prescrito no princípio. O contacto com a sombra deve vir em sonhos ou visões. Estes devem ser anotados com riqueza de detalhes.
Esse contacto ocorrendo ou não, a invocação deve ser feita.

O ser imemorável, que habita as profundezas de meu ser, espectro negro, sombra da luz, reflexo de meu anjo.
Verso e reverso do Universo, anjo que guarda o sagrado.
Eu o invoco.
O magista sente cada palavra e o influxo de poder do chamado.
Depois, o magista proferirá:
Zazaz, Zazaz, Nasatanada Zazaz.
Nesse momento, ele imagina um pórtico se abrindo.
Após breves minutos, pronuncia:
C siatris insi cnila, cnila, cnila, odo cicle qaa.
Após a pronúncia, ele anda até o norte e imagina fortemente o deus Seth, respira e juntamente com a entrada do alento o deus o penetra.
Ele imagina-se sendo o deus Seth.
Então se volta para o sul e diz:
Invoco-te, tu que és eterna na noite,
Amor e horror,
O colo aconchegante e o leito da morte.
Leite e veneno,
O fogo, a terra, o ar e a água,
O tudo e o nada.
Te invoco com o sangue que está em minhas veias,
com a vida que me deste, com a morte que me espera e a chama eterna do meu ser...
Do sul surge uma deusa, que lembra Kali, Lilith, e o nome da deusa é Babalon.
A visão é de uma mulher bela e sensual, mas de aspecto poderoso e sagrado inspirando medo e respeito.
Ela permanece imóvel no sul.
Ele anda até o centro e golpeia o ar com força dizendo:
0 moribundo está morto agora, de seu corpo um novo universo é feito.

Ele enche o peito de ar e ao soltar o deus Seth se vai, e com ele a deusa. Após isso o vazio, a sensação de vazio deve ser sentida ao máximo. Nesse vazio brotará uma nova consciência.

Práticas como esta e a Missa da Fênix exigem que o praticante domine os rudimentos da Magia, rituais de expulsão, consagração e criação do círculo mágico, assunção das formas dos deuses e outras técnicas. Caso esse trabalho inicial não tenha sido encetado, não recomendamos o Ritual acima, o que não impede alguém de fazê-lo, mas o fará por sua conta e risco.

Quem quiser aprender os rudimentos da Arte deveria entrar para algum grupo ou Ordem, e a leitura de meu livro Rituais de Aleister Crowley é bastante útil.

Criação de elementais artificiais

Nos capítulos do livro, vimos que estes seres são companheiros das bruxas e Magos, serviçais astrais empregados para os mais diversos fins. Iremos abordar como criá-los, sempre lembrando que há perigo real, e este pode vir de várias formas. O pensamento cria, quando pensamos algo e junto a isso temos uma concentração forte, fruto de emoções, criamos, por exemplo uma forma-pensamento. A forma-pensamento geralmente dura muito pouco, mas em alguns casos elas se transformam em seres quase materiais. Muitas das assombrações, na verdade, são formas — pensamento que por séculos infernizam um local.

Os tibetanos chamam-nas de tulpa, e são criadas de várias formas, uma delas usa desenhos kylkhors, círculos coloridos similares aos talismãs mágicos da Magia ocidental. Alexandra David Neel, uma intrépida aventureira e estudiosa do budismo, criou uma tulpa, que teve como forma um monge tibetano. Ela ficou em retiro durante meses visualizando-a, até que, lentamente, ela foi ganhando vida.
Após vários meses, a tulpa já era visível, a princípio pouco, mas depois bem nítida. Alexandra empreendeu uma viagem e a tulpa a seguiu. A forma estava tendo um comportamento insubordinado e até agressivo. Houve pessoas que tomaram a tulpa por um monge verdadeiro. Ela não teve outra saída a não ser destruí-la, e por mais alguns meses ela a absorveu de volta. O método será bastante simples: a pessoa escolherá uma imagem para o seu elemental, e o visualizará nela. Lentamente, criando na mente, imaginando.
Uma base física se faz necessária, um talismã planetário, ou mesmo uma pequena estátua. Essa base será a depositária da nossa imaginação, meditando ou imaginando que acoplamos o nosso elemental recém-criado à imagem. O sexo é um bom potencializador para o elemental. No momento do orgasmo, devemos canalizar a energia para a forma-pensamento do elemental.
O que foi exposto pode ser repetido inúmeras vezes, até que o ser esteja de nosso agrado. Poucas pessoas poderão vê-lo realmente, e por isso, para testar a sua existência, pequenas missões podem ficar a seu encargo, para dessa forma sabermos se logramos êxito e o elemental realmente existe. Mostrei essa técnica da forma mais simples possível para que ela possa ser feita por qualquer um; é claro que, como tudo na vida, os mais aptos terão melhores resultados. Quem conhecer cabala ou os yantras indianos poderá se valer deles.

RITUAL DE NOSFERATU


O Ritual de Nosferatu
– Um Trabalho de Auto-Criação.

Este ritual é baseado em certas tradições de Magia Negra da Roménia, que, segundo a lenda, haveriam sido legadas aos seguidores de Vlad Dracul, que as teria recebido do Príncipe das Trevas.

Diz a lenda que Vlad, um Cristão revoltado contra as mentiras da Igreja, escolheu identificar-se com o Diabo. Este ritual se baseia nas conexões entre vampiros e o Príncipe das Trevas.

O “Self” na tradição dos Vampiros.
O conceito de “Self” nas tradições vampirescas é geralmente o de “não-morto”, com suas conotações de imortalidade e Segredo da vida e morte.

Vampiros frequentemente possuem poderes físicos e mentais supra-normais, além de um certo gosto excêntrico.

A imortalidade é frequentemente confundida com a recusa de morrer. O Vampiro/Magista escolhe viver completa e intensamente esta vida, e não permitir que a sua consciência se desintegre após a sua morte física. Esta sobrevivência da consciência não depende de símbolos mágicos, nomes ou participação em diversos rituais. Depende apenas do reconhecimento do próprio “Self” e da vontade de continuar a existir, o que ou onde quer que seja.

O Sangue é muito importante nas tradições de Vampiros. Hoje, é visto como simbólico.
Por exemplo, a Ordem do Vampiro, do Templo de Set, não vê significado no consumo ou no escorrimento de sangue.

O sangue simboliza “Vida”. O Mago Negro vampiro é, portanto, visto como um magista que deseja e pratica a mais alta Vida, enquanto reconhece as energias da Besta interior – as energias primevas da Licantropia e da mutação, que formam outro aspecto da magia dos Vampiros.

O ritual que se segue simboliza um despertar solitário e isolado para um estado Vampiresco, e uma auto-iniciação ao Caminho da Mão-Esquerda.

É um ritual que pode ser adaptado ou alterado conforme as circunstâncias ou a inspiração de cada um. Como em todo ritual mágico, cada um deve assumir seu próprio risco, já sabendo que uma prática como esta não é adequada aos instáveis ou imaturos.

Preparatio

Robe negro.
Vela negra.
Sino.
Cálice com líquido avermelhado.
Um local em que você não seja perturbado. Uma câmara escura, ou pintada ou coberta em preto ou similar (ex: azul muito escuro). Ou uma floresta afastada. A escolha é sua.

Vestimenta: o ideal é o robe negro. A idéia é que você se torne o próprio modelo de vampiro que existe na sua mente. Preste atenção em cada um dos seus sentidos: perfume, vestimenta, música, oferendas.

Dê nove badaladas no sino. Nove, nas tradições de Magia Negra, simboliza a evolução dinâmica até a perfeição.
Acenda a chama negra.

I – Invocatio

“Nesta noite negra, eu me torno um vampiro: um mestre da vida e da morte.
Eu acendo a Chama Negra em honra ao Príncipe das Trevas, e me torno o Vampiro que minha mente cria, ardendo em paixões na perseguição de tudo o que eu desejo.
Eu abandono as restrições do Caminho da Mão Direita, e com Vontade eu me dedico a controlar o meu próprio destino.
Eu agora encaro os testes e as tribulações do Caminho da Mão Esquerda!
Eu me encho de Poder com a Essência do Vampiro: ser invisível, mesmo sob o dia escaldante; saber quando ser silencioso, e quando orar; saber explorar por completo minha psiche!

Eu me desfaço desta maldição! Eu, o Vampiro (__nome__,) percorro o Caminho da Mão Esquerda, e a minha Vontade é impenetrável!
Eu honro o Sangue, que é a minha Vida, e me torno mais do que fumaça e sombras.

Abram-se os Portais do Inferno! Diante da nobre presença do Senhor Negro, eu proclamo o Juramento que me torna um Vampiro, juro ser verdadeiro para com meu próprio Ser e meu Caminho escolhido
Salve, Vampiro! Salve, Senhor das Trevas!”

II – Graal Nigrum

O Cálice é o Graal Negro, ou a Taça Herética: a que é sempre buscada, mas raramente encontrada.
O Graal deve estar cheio de líquido vermelho, simbolizando o sangue, como suco de tomate, frutas vermelhas ou vinho (mas NÃO sangue). Sangria é um ótimo elixir!
Enquanto bebe o elixir, visualize-se apoderando-se dos Poderes das Trevas.
Você está comungando da sua própria essência e do Vampiro que é parte da divindade que há em seu interior.

III – Fechando os Portais do Inferno

Feche o ritual tocando novamente o sino, nove vezes.

IV – O despertar

Agora, iniciado nos mistérios dos Vampiros, você pode ver o mundo com olhos diferentes.
Após o primeiro ritual, você poderá ter algumas intuições sobre a natureza dessa magia e do seu controle sobre ela, e de como moldar o seu destino. Contudo, alguma prática pode ser necessária.
Algumas pessoas podem apenas se sentir tolas, por estarem se prestando a essa tarefa, ou mesmo entediadas. Para essas pessoas, desejamos uma vida feliz e temos certeza de que terão a vida que merecem.